[Resenha] A elegância do Ouriço, de Muriel Barbery

Toda a vez que falo sobre esse livro tenho que contar a história de como ele chegou até mim. Na verdade eu nunca teria ouvido falar dele não fosse por uma amiga. A mãe dela estava lendo e comentou que a personagem principal, além de ter meu nome, também parecia muito comigo. Sem nem saber a sinopse do livro, e mais de farra do que qualquer outra coisa, fui lá e comprei.

- Ficha técnica:
Título original: L'elégance du hérisson
País de origem: França
Autor(a): Muriel Barbery
Ano: 2008
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 352

A princípio não tem nada demais naquele prédio de luxo no coração de Paris. Dezenas de moradores comuns circulando com seu nariz empinado, uma concierge rude com um gato chamado Leon. Tudo estaria bem se essa estória não rodasse em volta de duas personagens: Renée, a concierge, e Paloma, uma menina de 12 anos que mora lá.

No meio de toda essa gente que acha que o mundo gira em torno de seus umbigos, surgem essas duas criaturas, protagonistas e narradoras dessa trama. Renée, a concierge ranzinza e que adora bater a porta na cara alheia, acaba por se mostrar - dentro de quatro paredes - uma mulher extremamente culta e inteligente, fã de literatura russa que nomeou seu gato em homenagem a Tolstói. Paloma, uma menininha superdotada e com ares de filósofa, que tem enormes problemas em entender e aceitar como as coisas são no mundo em que vive, não consegue entender como nasceu em uma família tão diferente dela e tem uma ideia fixa de se suicidar quando fizer 13 anos. Por mais estranho que pareça, quando postas no papel e habilmente construídas pela escritora, elas se tornam extremamente verossímeis.

As vidas dessas duas mulheres se esvaem corriqueira e separadamente, até que um acaso do destino une essas duas figuras. Toda a família sai e Paloma é levada até a casa de Renée para ficar aos seus cuidados. Nesse momento é que as personagens se identificam uma com a outra e passam a dividir uma grande amizade, apesar de todas as diferenças.

Acontece, então, que um dos moradores do prédio morre, e um japonês se muda para o apartamento vago. É aí que começa o movimento real da estória. Surge alguém diferente dos outros no prédio, alguém que enxerga quem elas são de verdade e não acha nada estranho.

As personagens conseguem de verdade te atrair e levar para o mundo delas. Você acredita mesmo em tudo o que está escrito, e a autora poderia a qualquer momento incluir um elefante rosa falante na conversa e provavelmente você não iria estranhar. É fascinante ler as observações da menina sobre o mundo, e a relação dela com a concierge. E o final é muito, muito triste e emocionante. Falo logo que eu chorei.

É um romance filosófico, então não deve agradar tanto a quem não gosta do assunto. Claro que eu posso estar errada sobre isso. É um livro por quem ninguém dá muita coisa, e acaba surpreendendo positivamente. A capa, apesar de interessante, não chama muito a atenção, e ele passaria facilmente despercebido em uma prateleira. Eu gostei muito, e só de falar já está dando vontade de ler de novo!


Clique aqui para ver a página no Skoob.


Um comentário:

  1. Adorei a resenha!! Parece ser um livro bem emocionante. Eita, mais um pra minha enorme liista! hahahaha

    Beeijos
    Rapha ~Doce Encanto.
    ;*

    ResponderExcluir