[Resenha] Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva


- Ficha técnica
Título original: Feliz ano velho
País de origem: Brasil
Autor(a): Marcelo Rubens Paiva
Editora: Brasiliense (atualmente sai pela Objetiva com uma capa muito legal)
Ano: 1982
Número de páginas: 232


Mesmo para quem nunca tenha ouvido falar desse livro, é provável que o nome do autor desperte algumas lembranças. Marcelo é filho do ex-deputado federal Rubens Paiva que "desapareceu" durante o regime militar no Brasil. Mas não é disso que fala o livro, apesar de ser autobiográfico.


Muitos anos depois do sumiço do pai, Marcelo era um rapaz de 20 anos feliz e saudável, estudava Engenharia Agrária na Unicamp e morava numa república. Até que em um dia aparentemente comum, ele mergulhou de cabeça em um lago que era raso demais, e fraturou a cervical. Foi nesse dia que Marcelo ficou tetraplégico (palavra que ele odeia, por sinal), e é isso que ele conta para a gente no livro.

A gente acompanha, como se estivesse dentro da própria cabeça dele, tudo o que acontece desde o momento que ele sofre o acidente, até mais ou menos um ano depois do acontecido. A gente tem acesso a cada pensamento que ele teve durante os meses que passou deitado, olhando só para os tetos de hospitais. Depois a gente acompanha enquanto ele senta, começa a andar na sua cadeira de rodas, recupera um pouco do movimento dos braços e das mãos.

A gente ri do "absurdo" de alguns pensamentos aleatórios dele, e assiste todas as vezes em que ele pensou em se matar. E eu gostaria de dizer que no fim ficou tudo bem, mas - se você considera que "tudo bem" seria ele voltar a andar e tudo ser como era antes do acidente - eu vou ter que te desenganar logo de uma vez.

As coisas melhoram, sim, ele aos poucos vai se tornando mais independente e aprendendo a conviver com a nova situação dele. Mas nada nunca mais vai ser como era antes. E essa é a grande questão. Um momento que poderia ter sido inofensivo mudou a vida dele para sempre, e de todos em volta.

Ele também chama uma boa atenção para alguns dos problemas vividos pelos deficientes, como as barreiras físicas (prédios não adaptados, calçadas irregulares, elevadores e portas pequenos e mesas que não tem altura para cadeiras-de-rodas) e também para o preconceito e a inabilidade das pessoas de lidarem com gente nessa situação.

É um livro muito bom, completamente fora do que eu esperava. Uma leitura que flui rápido e emociona, sem necessariamente levar às lágrimas.

Veja o livro no Skoob aqui.


6 comentários:

  1. Eu li este livro nos meus tempos de escola
    Para uma prova e foi uma leitura maravilhosa
    Gostei bastante e pretendo reler futuramente
    Beijos

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  2. Não conhecia o livro nem o autor, mas achei super interessante. Quero ler.
    Mas a capa eu não gostei não, nem dessa nem da nova =/
    Bjo

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  3. Eu li esse livro faz muiiiito tempo, em uma galáxia distante. Eu lembro que gostei mas de uma maneira meio chata, pq é triste demais.

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  4. Ah, desculpa o sumiço por aqui :x
    Esses dias atrás vi uma critica bem positiva quando a esse livro, foi a primeira vez que ouvi algo sobre a existência de Feliz ano velho, realmente não conhecia. Quanto a sua resenha adorei, parece ser bem interessante, mas um que entra para minha imensa lista de compras 'Haha.

    Beijos&beijos
    Book is life

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  5. Sempre que eu vejo uma resenha desse livro, fico feliz da vida! Um dos meus preferidos <3

    beijos

    Bia - www.livredujour.worpress.com

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  6. Você deveria usar esse "a gente" apenas quando está falando... ficaria melhor.

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