[Resenha] O Noivo da Minha Melhor Amiga, de Emily Giffin

- Ficha técnica
Título original: Something Borrowed
País de origem: EUA
Autor(a): Emily Giffin
Editora: Novo Conceito
Ano: 2005
Número de páginas: 352

Sinopse:
O Noivo da Minha Melhor Amiga conta a história de Rachel, uma jovem advogada de Manhattan. A moça, sempre vista por si mesma e por seus amigos como a "certinha" e bem-comportada, muda radicalmente no seu aniversário de trinta anos, após a festa oferecida por sua melhor amiga, Darcy. Meio deprimida por chegar aos trinta sem o marido e os filhos que imaginava ter a essa altura da vida, Rachel se excede na comemoração e termina a noite na cama com Dex, seu grande amigo de faculdade e noivo da sua melhor amiga. Até a noite em que ficou com Dex, Rachel era o modelo de filha e amiga perfeita, embora se visse como um fracasso. Nunca transgrediu as leis, nem mesmo as de horário de trabalho, ao contrário da egoísta, narcisista mas irresistível Darcy, em torno da qual Rachel e, posteriormente, Dex sempre orbitaram. Enquanto a boa moça e tímida Rachel teve alguns poucos namorados e conseguiu um emprego estável porém sem graça num escritório de advocacia, a linda e popular Darcy namorou todos os bonitões do colégio, construiu uma glamourosa carreira de Relações Públicas e sempre conseguiu tudo o que quis, inclusive manipular e obrigar Rachel a fazer o que desejava. E agora, após uma noite com o noivo da melhor amiga, Rachel acorda determinada a esquecer para sempre o fatídico encontro, mas acaba descobrindo que sempre amou Dex. E, apesar da amizade a Darcy, começa a perceber que ela não é exatamente o que se espera de uma melhor amiga. À medida que a data do casamento se aproxima, Rachel se desespera com a urgência da decisão que precisa tomar e acaba passando por uma profunda reavaliação de sua vida, para concluir que "certo" e "errado" são conceitos muito relativos. Narrado em primeira pessoa por Rachel, o livro ganha a simpatia do leitor pela empatia da protagonista, que expõe suas dúvidas e sentimentos de forma muito honesta e humana. E o final reserva grandes surpresas.

Quase um ano após meu "encontro" com a fofíssima Emily Giffin na Bienal do Rio de 2011 (pois é, faz um tempinho que eu li esse livro), finalmente li meu primeiro livro escrito por ela. Na verdade, tenho mais três da autora esperando da estante, que ainda não li mais por falta de tempo do que outra coisa. Eu sei que a resenha demorou, mas resolvi postar porque planejo ler Presentes da Vida (Something Blue) - a sequência desse livro - na fila de leitura, e postar uma resenha sem nem comentar o livro anterior é feio.

Quando peguei esse livro para ler, estava querendo algo leve e divertido, então consegui exatamente o que eu queria. "O noivo da minha melhor amiga" consegue abordar temas delicados do relacionamento entre mulheres (e entre homens também, imagino) de uma forma sensível e agradável. 

O livro vai muito além do tema principal "me apaixonei pelo noivo da minha melhor amiga" para abordar outros temas de interesse geral, como baixa autoestima (foi mal, Rachel, não dá para negar), amizade e o verdadeiro significado do conceito e também - por quê não dizer? - lealdade.

Quando minha amiga e coautora (beijos, Kika!) pegou esse livro emprestado para ler, a primeira observação dela foi que a Rachel fez com que ela lembrasse de mim. Pois é, fez a mim também. Mas isso é normal, creio; a maioria dos personagens principais de livros normalmente têm elementos gerais que fazem com que as pessoas se identifiquem. Afinal, quem não? E nesse caso, houve uma coincidência maior: a Rachel é advogada (bastante frustrada) e eu sou estudante de direito (ligeiramente frustrada). Então, here we are.

Como todo bom chick lit (não que eu tenha grande experiência na área, só avisando), achei que o livro tem uma história bem direta e regular, sem digressões que afastariam a obra do que ela é e nasceu para ser: uma leitura fácil. Não encarem isso como uma reclamação porque não é. Muito pelo contrário - é um elogio. Quando alguém se propõe a inovar é muito bom, ok; mas quando um autor se compromete a um tipo de livro, é muito bom para ele e para os leitores que ele se atenha a ele. É extremamente frustrante você buscar um chick lit para ler e se deparar com uma leitura arrastada e difícil. Simplesmente não é esse o propósito.

Gostei como a história aborda diversas vezes o tema da frustração que criamos para nós mesmos quando fazemos planos rígidos para nossa vida, que acabam por não se concretizar. Como as coisas nem sempre - ou quase nunca - saem como nós planejamos e se, se não tomarmos cuidado, podemos acabar nos tornando pessoas frustradas e amargas.

O tema do livro apela a qualquer leitor. Os personagens são bons, apesar de - como a grande maioria dos personagens de livros - esbarrarem no inacreditável. Mas isso não é exclusividade dos personagens da ficcção.

Achei a Rachel bem legal como personagem principal, e estava gostando do Dex também - até que parei de gostar. Mas os motivos não têm nada a ver com "questões formais" de construção de personagem, é que ele me decepcionou mesmo.

Enfim, acho que foi uma boa estreia para dona Emily na minha vida. Aguardem por mais cenas dessa relação nos próximos capítulos. Presentes da Vida pintará por aqui em breve.

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