[Resenha] Em chamas, de Suzanne Collins

Segundo livro da série Jogos Vorazes. Confira a resenha do primeiro aqui.

Atenção: essa resenha contém spoilers do primeiro livro.

- Ficha técnica
Título original: Catching fire
País de origem: EUA
Autor(a): Suzanne Collins
Editora: Rocco
Ano: 2011
Número de páginas: 413


Sinopse

Depois da improvável e inusitada vitória de Katniss Everdeen e Peeta Mellark nos últimos Jogos Vorazes, algo parece ter mudado para sempre em Panem. Aqui e ali, distúrbios e agitações dão sinais de que uma revolta é iminente. Katniss e Peeta, representantes do paupérrimo Distrito 12, não apenas venceram os Jogos, mas ridicularizaram o governo e conseguiram fazer todos - incluindo o próprio Peeta - acreditarem que são um casal apaixonado.

A confusão na cabeça de Katniss não é menor do que a das ruas. Em meio ao turbilhão, ela pensa cada vez mais em seu melhor amigo, o jovem caçador Gale, mas é obrigada a fingir que o romance com Peeta é real. Já o governo parece especialmente preocupado com a influência que os dois adolescentes vitoriosos - transformados em verdadeiros ídolos nacionais - podem ter na população. Por isso, existem planos especiais para mantê-los sob controle, mesmo que isso signifique forçá-los a lutar novamente.

Esse livro teve sucesso em continuar em grande estilo o que o primeiro livro da série começou. Quando eu pensei "o que ainda poderia acontecer nessa história?", algumas hipóteses e teorias loucas me vieram à cabeça, mas nenhuma chegou nem perto do que realmente aconteceu. Mas vamos começar pelo começo.

Me partiu o coração ver o Peeta tão chateado quanto ele estava no fim do primeiro livro, mas ele se tornou ainda mais lindo quando voltou atrás na raiva. Só que dessa vez o Gale também está em cena, e nem a chance de escolher Katniss tem. Agora não só a sua vida, como a de todos que ela ama depende de que ela seja convincente no amor pelo Peeta.

Nesse livro, nós vemos de novo todos os personagens mais queridos e ainda temos a chance de conhecer outros dos quais só vamos saber o verdadeiro valor mais tarde. Ainda assim é angustiante ver nossos queridinhos serem jogados de volta no lugar dos seus maiores pesadelos.

Sim, eles estão de volta ao jogo. E dessa vez a nossa heroína está determinada a proteger o companheiro,. Só que  ele não quer ser protegido. Desde o começo dá para ver que tem algo de errado com as pessoas lá dentro, mas o que realmente é (e que eu não vou entregar aqui), nós só descobrimos nas últimas páginas.

Na minha humilde opinião, esse livro não deixou nada a dever ao primeiro em termos de ação, e até o superou no quesito romance. Acho que esses dois estão em pé de igualdade no meu conceito, e isso não é um feito pequeno atingido pela autora. Mas em uma coisa Em chamas ganha: ele consegue ser ainda mais angustiante! Se assistir todas aquelas atrocidades uma vez já é horrível, imagine duas, ainda mais com um Peeta sem perna!

Achei a arena desse livro simplesmente b-r-i-l-h-a-n-t-e. De um jeito sádico, sim, mas absurdamente bem pensada. Ponto para a Collins. Ela também tem muito sucesso em espalhar pistas de ante-mão que só vamos perceber quando já é tarde demais. Apesar disso tudo, acho que ele dá uma esperança maior na humanidade do que o primeiro.

Os personagens mantêm a essência, mas mudam um pouco também. Como não podia deixar de ser, eles amadurecem, estão mais confiantes e, ao mesmo tempo, desconfiados.

O final consegue ser ainda mais frustrante (um milhão de vezes mais frustrante) do que o primeiro. Passei dois meses de agonia constante até que o Mockingjay (A Esperança, o terceiro livro da série), que eu comprei no site da Amazon.com, finalmente chegasse para acabar com o meu tormento. Me afundei em profundas conjecturas sobre o que aconteceria com nossos queridos depois daquilo (talvez eu esteja tentando torturar vocês com a curiosidade). Mas isso já é história para o próximo capítulo...