Das Páginas para as Telonas: Como Treinar Seu Dragão

Boa noite, pessoas. Hoje é dia de discutir algumas adaptações cinematográficas dos nossos queridinhos. A bola de vez é uma obra/produção para pequeninos e, por isso mesmo, tão apropriado para nós, adolescentes e adultos. Afinal, quem não gosta com diversão despretensiosa com um fundo moral para descontrair a vida?


O primeiro livro da série "Como Treinar Seu Dragão", da autora Cressida Corwell (resenhado aqui), foi adaptado para o cinema em 2010. Ou não... Porque "adaptação" realmente não me parece o termo mais adequado para definir a conexão entre as obras. Talvez "remotamente inspirado" seja melhor.

Enquanto eu defino o livro como "muito engraçado", o filme caiu para mim mais como um "fofinho". Não que o filme não tenha partes divertidas, muito pelo contrário, mas o tom é completamente diferente.

E não é só o tom que tem uma grande diferença de uma obra para a outra. A história também é completamente diferente. O Soluço ainda é o filho desajeitado do chefe de uma tribo viking, e ele ainda é a vergonha da família, e os vikings e os dragões ainda são grandes inimigos e tudo o mais, então pode-se dizer que o "plano de fundo" é mais ou menos o mesmo, mas as semelhanças basicamente param aí.

No livro, para começo de conversa, os vikings usam os dragões como um tipo de "escravos", animais para todos os propósitos, e cada um dos aprendizes precisa entrar em um ninho de dragão e capturar seu próprio mascote. É aí que entra outro ponto crucial: o Soluço é tão ridículo que ele só consegue pegar o mais tosco dos dragões (que não tem nada de especial, como no filme).

Apesar disso (e ainda que de formas diferentes), o Soluço também aprende alguns truques que facilitam o "treinamento" do dragão, o que - pelo menos no filme - traz bons resultados.

Por todo o exposto acima, eu não classificaria as duas obras como "versões diferentes de uma mesma história", mas antes como histórias bem diferentes unidas por um título e um tema comuns. Apesar disso, ambas são muito boas do seu próprio jeito e são ótimas indicações.


Título original: How to Train Your Dragon
Gênero:  Animação
País: EUA
Diretor: Dean DeBlois, Chris Sanders
Ano: 2010

No Divã: Daphne Bridgerton (The Duke and I)

Como vocês podem ver no aviso acima, desde o finalzinho de outubro eu estou em uma fase completamente NaNoWriMo (não conhece? Veja aqui), o que explica a minha ausência por aqui, já que escrever 50.000 palavras em 30 dias não é algo que se faça com o é nas costas. Apesar disso, estou feliz demais por finalmente estar perto de conseguir colocar uma história completa no papel, é uma sensação de realização indescritível, e quem quiser pode acompanhar meu diário aqui.

Voltando ao ponto, vou inverter as bolas de novo e a personagem do dia saiu diretamente de um livro que só vai aparecer aqui no blog sexta feira: The Duke and I ("O Duke e Eu"), da Série Os Bridgertons, escrita pela Julia Quinn.


[Resenha] Demônios não choram, de Samuel Cardeal + SORTEIO

Boa noite, queridos. Hoje é dia de mais uma postagem extraordinária. Estou aqui hoje por dois motivos: em primeiro lugar para correr atrás da minha participação dessa edição da Turnê Virtual, e para compensar minha ausência deprimente durante o mês passado.

Vocês já conheceram um pouco sobre a obra e o autor na postagem de apresentação da edição e no post promocional, então agora é mais que hora de vocês saberem o que eu achei do livro. Vamos lá?


[Resenha] O Duque e Eu, de Julia Quinn

Finalmente tive tempo de organizar meus pensamentos e trazer para vocês a resenha do livro que eu estava morrendo de vontade de ler há algum tempo, principalmente desde que li essa resenha, do blog Pipoca Musical, que me deixou muito ansiosa.

Por último, me desculpo pela minha falta de vergonha na cara. Novembro foi um mês pesado e, como vocês já devem ter visto no aviso que estava ali em cima, eu me meti em uma furada chamada NaNoWriMo, o que significa que passei o mês escrevendo um livro, e quase completamente desligada do resto do mundo. Mas novembro se foi e com novembro vieram as férias, e tudo vai voltar completamente ao normal. Promessa de escoteira.


[Turnê Virtual] Demônios Não Choram

Bom dia, queridos. Sei que pisei na bola bem feio com vocês, mas minha vida saiu um pouco de controle ultimamente. Fim de semestre, provas, estágio. Acho que vocês podem imaginar. Apesar disso, agora estou de férias e prometo que tudo por aqui vai voltar ao normal, começando por mais uma postagem sobre essa edição da Turnê Virtual, que está mais do que especial!

Vocês podem conferir os detalhes básicos sobre o autor e a obra nessa postagem aqui, e hoje vamos ter mais algumas informações sobre a bola da vez: Demônios não choram, do autor Samuel Cardeal (skoob). Para começar, que tal ouvirmos um pouco da obra pelo próprio autor? Não deixem de dar uma espiada no vídeo.






Samuel Cardeal nasceu em Belo Horizonte em 1986. Demônios Não Choram é sua primeira publicação independente. Confira algumas perguntas que fizemos a ele:

Seu processo de criação envolve hábitos específicos? 
Sim. Quando escrevi Demônios Não Choram, não tinha um método organizado de escrita, mas já no segundo livro fixei alguns pontos a seguir para facilitar a escrita. Atualmente meu método envolve as seguintes etapas:

a. Esboço dos principais personagens, com características físicas, psicológicas, sociais e seu papel na trama.
b. A partir dos 12 passos da “Jornada do Herói” apontados por “Joseph Campbell” e simplificados por “Christopher Vogler”, tento definir pontos chaves que representem cada uma dessas etapas dentro da história.
c. Defino um número aproximado de capítulos e rascunho uma explanação breve do que vai acontecer em cada um deles, dois a três parágrafos por capítulo.
d. Traçado o mapa, parto para a escrita em si.
e. Após o término da primeira escrita, faço uma revisão no próprio computador em busca de erros e falhas no enredo.
f. Repito o procedimento anterior em uma cópia impressa, para então encaminhar para os meus leitores betas.
g. Depois de ter o retorno dos primeiros leitores, faço as alterações pertinentes aos apontamentos e sugestões e faço uma nova revisão no texto.

Há alguma produção na qual esteja trabalhando neste momento? Teremos futuras publicações de sua autoria?

No momento tenho dois livros prontos, que estão nas mãos de alguns betas, e devo começar a trabalhar em um novo projeto esse mês, e a ideia já está na cabeça fervilhando a quase escapulindo pelas orelhas.
Dos dois livros já escritos, o primeiro é um drama, envolvendo uma órfã muda e um viúvo amargurado. A sinopse já está disponível no skoob (aqui). O outro é uma história narrada em primeira pessoa e acompanha a trajetória de um psicopata serial killer, desde o seu nascimento.
O próximo projeto é uma ficção científica, envolvendo vidas passadas.
Da sua história de vida, há elementos que influenciaram na criação do seu livro?

Demônios Não Choram mistura muitos estilos de histórias, que vão da ficção científica até filmes de máfia. No entanto, os elementos são todos extraídos da ficção. E, apesar de dizerem que o protagonista sempre traz algo do autor, não identifico características minhas no Ezequiel.

Conte-nos uma curiosidade sobre você enquanto autor.

Acho que o mais curioso sobre a minha história, é que só me considerei realmente um leitor a partir dos 24 anos de idade. Normalmente quem escreve lê desde pequeno, mas minha trajetória costuma andar na contramão. Durante a escola, não tive incentivo à leitura e também não me interessava, li no máximo dois livros em todo esse período, e sempre preferi os filmes, pela facilidade e rapidez em consumi-los.
Eu tinha dificuldade de me concentrar na leitura e imaginar os cenários a partir das descrições, nisso os filmes sempre foram mais fáceis, e talvez tenham me deixado preguiçoso. Somente por volta dos 25, dei uma chance aos livros, e os e-books foram fundamentais, pois passei a sempre ter um livro no celular e ler nos intervalos livres: horário de almoço, fila no banco, etc.
Hoje criei o hábito de ler e escrever todos os dias, e espero que possa recuperar o tempo perdido dos livros não lidos e das histórias não contadas.


Curioso? Aproveite para ler um trecho do primeiro capítulo de Demônios Não Choram!
        QUATORZE HORAS E TRINTA E SETE MINUTOS, dois de novembro de 2184. A Chispa foi ligada e iluminou discretamente o apartamento através da janela, a luz fraca era incapaz de fazer Ezequiel despertar do sono profundo, induzido a litros de destilado na noite anterior, porém foi suficiente para que as moscas rondassem persistentes ao seu ouvido, convencendo-o de que era hora de se levantar. Na penumbra, sentou-se ao sofá e analisou o cenário: ratos caminhavam sobre o assoalho, algumas garrafas vazias espalhadas pelo chão, guimbas ao redor de um cinzeiro vazio, um pequeno e contido caos. Observou mais um pouco e então encontrou o que procurava: a garrafa que ainda não fora completamente sorvida.
        Levantou-se e apanhou a garrafa, seguindo até a bancada junto à pia onde havia um enorme copo de vidro. Despejou o que sobrara do destilado, sem se preocupar se o copo estava limpo ou não, e em seguida pegou seis ovos em um recipiente abaixo da bancada, quebrando um a um e juntando o conteúdo ao destilado, formando uma mistura de aparência nada atraente. Num gole só, derramou todo o líquido do copo garganta abaixo. Ezequiel afirmava que uma refeição nutritiva era mais importante que qualquer prazer que por ventura um café da manhã pudesse trazer, não que houvesse muitas opções em sua dispensa, mas pensar assim o fazia sentir-se no controle das coisas.
        A vontade de Ezequiel era de tomar um belo banho quente para curar sua ressaca, porém em tempos de escassez total de água, não podia se dar a tal luxo. O mais próximo de um banho que conseguiria, seria uma precária limpeza com uma dry water, um tipo de esponja artificialmente umidificada. Quando o Atlântico foi drenado pelos russos, o governo norte-americano distribuiu essas esponjas para os países da America do Sul, assim poderiam desviar toda a fonte de água dessas regiões.
        Após o "banho", Ezequiel se vestiu, acomodando os acessórios que sempre carregava consigo. Seu sobretudo cinza era provido de uma série de compartimentos especiais na parte de dentro, onde se acomodavam confortavelmente três pistolas automáticas, uma do lado direito e outras duas do lado esquerdo, duas facas de tamanho médio em cada lado, alguns frascos com substâncias especiais, e um livro velho e desgastado com uma capa de couro cru. Na parte externa do sobretudo, ele prendeu uma espada na vertical. Apanhou uma gaiola coberta por um tecido escuro e deixou o apartamento, ganhando a cidade.
        Nas ruas, o silêncio era aterrorizante, não havia ninguém em parte alguma. Como tantas outras naquele tempo, Belo Horizonte era uma verdadeira "cidade fantasma". A maior parte das pessoas que viviam na cidade foi morta ou sequelada pela última explosão nuclear, as que escaparam, fugiram para o deserto ou para o subterrâneo. E era sob a cidade que se encontrava o destino de Ezequiel. Após alguns minutos de caminhada ele entrou em um beco escuro e desceu por uma boca de lobo até o velho esgoto da cidade. Os esgotos abrigavam cidades dentro das cidades fantasmas, era lá onde se podia encontrar todo tipo de artigo, e como o dinheiro há tempos perdera seu valor, tudo funcionava por meio do escambo.
        No mundo subterrâneo Ezequiel era uma figura conhecida, e apesar de não ser do tipo amigável, a maioria dos "comerciantes" o cumprimentava, ele respondia com não mais que um aceno discreto com a cabeça. Cada indivíduo naquele local tinha um produto diferente, alguns ofereciam carne de roedores, outros roupas, temperos, medicamentos, drogas, armas. Qualquer coisa que pudesse interessar a qualquer um era moeda de troca. Mas Ezequiel tinha destino certo e sabia exatamente o que viera buscar. Seguiu caminhando até alcançar uma tenda grande de lona preta. Entrando lá, não encontrou ninguém, bateu com força sobre um maltratado balcão de madeira e após alguns segundos surgiu um homem. Era um sujeito enorme, negro, aparentava ter uns 45 anos e tinha por volta de 2,30 metros de altura. O corpo largo era forte como o de um gorila. O homem descansou as mãos sobre o balcão e fulminou Ezequiel com um olhar pervertido. 

*Continue sua leitura aqui

Nas respostas do autor Samuel Cardeal, notamos que já podemos esperar novas publicações! Acompanhe as novidades do seu trabalho por meio das redes sociais:


Para concluir este post especial, assista ao Book Trailer de Demônios Não Choram:




Daqui a alguns dias sairá nossa resenha do livro, então fiquem de olho e não deixem de participar desde já da promoção que vai dar para um sortudo um exemplar da obra!