[Resenha] E não sobrou nenhum (O caso dos dez negrinhos) - Agatha Christie


- Ficha técnica
Título original: Ten Little Niggers
País de origem: Reino Unido
Autor(a): Agatha Christie
Editora: Globo
Ano: 1939
Número de páginas: 390
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Sinopse
A inglesa Agatha Christie é uma das autoras mais populares e famosas do mundo. Isto significa que seus títulos estão entre os mais conhecidos. Mas ninguém, no Brasil, poderia se lembrar deste E não sobrou nenhum. Talvez tenha sido encontrado um inédito em algum baú escondido num sótão. Mas, se fosse isto, a mídia com certeza o teria noticiado. Talvez, então, alguém tenha psicografado uma nova história policial. Mas, neste caso, o nome do "médium" não deixaria de ser conhecido. Talvez Agatha Christie não tenha afinal morrido, mas apenas desaparecido, revolvendo agora, aos 118 anos, lançar seu 81º. romance de mistério. Ou, talvez, um de seus conhecidíssimos livros tenha se ocultado atrás de um novo título. O culpado não é o mordomo, mas um personagem ainda mais cheio de normas, conhecido pelo codinome de "o politicamente-correto". Pois foi ele que levou os agentes literários da grande dama inglesa a proporem a mudança de título de "O caso dos dez negrinhos" (Ten little niggers), o livro mais vendido de Agatha Christie em todo o mundo, e adaptado para o cinema por René Clair. A solução salomônica foi, então, destacar o novo título, retirado de uma canção folclórica inglesa, e avisar na capa que o livro é uma nova versão daquele que foi consagrado pelo público brasileiro: "E não sobrou nenhum" - Anteriormente publicado como "O caso dos dez negrinhos". "E não sobrou nenhum" é o maior clássico moderno das histórias de mistério. Dez pessoas diferentes recebem um mesmo convite para passar um fim de semana na remota Ilha do Soldado. Na primeira noite, após o jantar, elas ouvem uma voz acusando cada uma de um crime oculto cometido no passado. Mortes inexplicáveis e inescapáveis então se sucedem. E a cada convidado eliminado, também desaparece um dos soldadinhos que enfeitam a mesa de jantar. Quem poderia saber dos dez crimes distintos? Quem se arvoraria em seu juiz e carrasco? Como escapar da próxima execução?



Continuando a lista de 'primeiros' que tem aparecido bastante por aqui, hoje é dia de falar sobre o meu Primeiro Agatha Chirstie. Sinceramente, eu nunca tinha conseguido imaginar o que os livros dessa distinta senhora inglesa tinham de tão bons para conquistar tanta gente durante tanto tempo. (Mais uma vez: sim, sou esnobe.) Kika, minha ilustríssima companheira de blog, já tinha se rendido aos encantos da autora antes mesmo que nós nos conhecêssemos, mas eu nunca tinha dado atenção à coitada. Talvez isso também seja, em parte, porque nunca tive um amor muito grande aos livros de suspense.

Se você é da minha espécie, me ouça! No segundo que a história começou a engrenar, eu finalmente entendi qual era essa bruxaria. O livro não é só envolvente e muito intrigante, ele é muito bem escrito. E, mesmo que a ideia não fosse muito boa (o que não é verdade), só este fato já faria com que ele largasse alto no meu conceito.

Não posso deixar de parabenizar Renato Marques pela tradução. Eu tenho encontrado cada atrocidade por aí que pelo amor de Deus. Não só ele conseguiu seguir por quase 400 páginas sem me dar nenhuma pontada no baço (é o que eu sinto quando sou obrigada a ler uma tradução ao estilo 'Google Translate'), como eu mal percebi a tradução. Esse tipo de tradução é que dá gosto de ler. Não me levem a mal, sei que deve ser difícil manter o nível de escrita de um livro numa tradução, tentar aparecer o mínimo possível e ainda manter a coerência, mas é por isso que algumas pessoas são tradutoras, e outras não.

Moving on. Quem já leu o livro, entenderá o que eu vou falar agora; quem não leu, vai lembrar disso se algum dia chegar a ler: a trama do livro me passou uma impressão de um cruzamento entre Big Brother, Dexter (a série) e Jogos Mortais. Acho que, abstratamente, essa ideia é um pouco difícil de conceber, mas foi essa a impressão que me passou a ideia de dez pessoas acusadas de assassinato presas em uma ilha, sem comunicação com o mundo exterior, morrendo uma após a outra de jeitos bem estranhos. Para quem não entendeu a referência a Jogos Vorazes, explico que tudo isso é feito seguindo à risca um versinho infantil que conta a história de dez negrinho (daí vem o título original) e, a cada nova morte, uma das miniaturas de negrinhos que enfeitam a mesa de jantar some.

Todas as personagens, apesar de nós sabermos que são assassinas, são também bastante humanas de jeitos diferentes. Todas são muito bem construídas e dá quase para se afeiçoar a elas, sério. Claro que, lá no fundo, a gente tem a impressão de que são todos um pouco sonsos e loucos, mas poderiam perfeitamente ser você e eu.

Como último comentário, tenho que acrescentar que o mistério é mantido até o fim. São milhares de pistas falsas lançadas por todo o livro. Só no epílogo é que o mistério todo é revelado. É uma reviravolta de último segundo, já que o fim do último capítulo deixa a gente com uma impressão completamente diferente do que é a "verdade dos fatos". Nos meus momentos mais criativos, consegui chegar perto do que poderia estar acontecendo, mas em nenhum momento consegui ter certeza de quem era o assassino. E, sinceramente, tem que ter muita cabeça para escrever uma história dessas sem perder a coerência. Entrei para a lista dos fãs dessa senhora.

11 comentários:

  1. suyhausha tbm sou esnobe com ela , mas depois de sua resenha quem sabe dou uma chance ")

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  2. Jesusmariajosé! Quero muuito ler algo da autora! Eu curto muuito esse estilo de suspense e tal e os livros dela são tão baratinhos, não sei o que eu to esperando! haha Muito boa a resenha! Beijos!

    @minha_estante - Minha Estante

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  3. Tbm tenho problema em entender o que esses livro tem que conquistam tanta gente, porque não me chamam muita atenção.
    Mas devido aos inúmeros fãs e comentários positivos eu já estou quase me rendendo e lendo um livro só pra ver qual é a deles HAUSHUA
    Pela sua resenha eu acredito que eu vá gostar do livro, já que gosto de mistérios e reviravoltas.
    Bjo

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  4. Como você ,também não entendo como esses livro conquistam tantas pessoas. Tenho muita vontade de ler algo desse autora, porém sempre acabo deixo para depois e no final não leio nada 'Haha. Enfim, ótima resenha, fiquei bem curiosa em relação a estória.

    Beijos&beijos
    Book is life

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  5. Nosss, pelo jeito vc curtiu mesmo o livro, né?
    Fiquei curiosa agora! hehehe

    Parabens pela resenha, foi td empolgada rs

    Beeijão
    Rapha ~Doce Encanto

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  6. Ah, sua resenha só me deixou com mais vontade de ler um livro da autora!
    Já vi várias pessoas falando bem, mas me pergunto se é tanto assim também, HAUHA. Devo ser esnobe, HAUHA.

    Beijos e adorei a resenha ^^

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  7. Oie Paloma!

    Agatha Christie é diva! É uma das poucas autoras que escrevem o gênero policial que eu gosto. A narrativa dela pode até ser maçante no incio, mas como você mesmo diz depois ganhra ritmo a fica quase impossivel largar o livro.

    Ótima resenha querida!

    bjus


    anereis.

    mydearlibrary | bookreviews • music • culture
    @mydearlibrary

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  8. Fiquei empolgada com a Agatha de novo agora. Tô pensando comprar aquele box de 19,9 das americanas *----*
    Adorei a resenha do livro, mas vamos nos mais baratos primeiro kkk'
    Beijos,K.
    Girl Spoiled

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  9. Oi meninas :D

    Sumiram, tá td bem com vcs?

    Beijocas!

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  10. Ainda eu preciso me render a fama de Agatha, os livros dela não me chamam atenção e não sei o que tanto o pessoal ve nela, mas enfim... um dia ainda me rendo a ela, haha.
    Acho que as vezes esses autores tão cultuados, acaba afastando um pouco alguns leitores, enfim...
    Beijo

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  11. Nunca li nada da Agatha oO Mas sinceramente, não tenho muito interesse em seus livros, apesar desse ser tão conhecido. Qualquer dia eu tento mudar... rs

    Bjs,
    Kel
    www.itcultura.com

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